ALGUÉM QUE ME AGRADE


Não quero
Crateras no meu crânio
Nem
Vergonhas e vergões
Nem quero
O cabaço dos bagaços
Nem
Arrotos e arranhões

Não quero
Feitiços no meu feitio
Nem
Panos e pandemias
Nem quero
A novela das favelas
Nem
Pompa nas poesias

O que eu quero
A alma da alegria
A fama da fantasia
O fermento da felicidade
(Alguém que me agrade!)

Não quero
Amargor no meu âmago
Nem
Inópia e inocência
Nem quero
Preces e preconceitos
Nem
Viroses na vivência


* Este poema é do meu livro “Delírio Delicado”, posteriormente foi musicado pelo cumpadre Cardo Peixoto e integrou o primeiro disco dele (Rota da Estrela).

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