
Ler as dicas da folhinha
Lava as rugas na bacia
E amanhece a figueirinha
Tem sempre cuidado com os “gravatá”
Tem trago curtido com guaco e butiá
“Almanaque abril” é o seu bê-a-bá
Depois da “séstia” o mau humor de quem vive só
Vai o velho pela tarde
Bombear água da cacimba
Com tamancos de madeira
No galpão faz a faxina
Tem sempre por perto “emplasto” sabiá
E alguns gravetos pro fogo “pegá”
Receitas de doce e ervas de chá
Depois da lida espera a noite mateando só
Contando histórias do tempo antigo
Trançando relho, enchendo cartucho
Vai à procura de um novo abrigo
Deixa o conselho que o tempo é matreiro
Na figueirinha vai o velho - eterno parceiro!
Vai o velho noite adentro
Contemplar fotografias
Lava as rugas co’a lembrança
De que tudo era família
Tem sempre nos bolsos algum patuá
“Mirréis” e ingressos pro “marabá”
Doces e balas pra dar pros “piá”
Depois da vida uma lição pra quem vive só...
S
S
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* Essa canção compus para o "seu Lauro", figura marcante na minha infância na Figueirinha e que coincidentemente era também avô do Sandro Campello. Na foto abaixo o responsável pelo excelente arranjo musical desta milonga-canção que está presente no disco LÁ FORA, o grande amigo Leonardo Oxley.
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