Aqui no sul do sul geada é soberanaO abrigo da querência, as vestes de lã
Água fervendo pra matear na ressolana
Inundando olhares a friagem da manhã...
Levo lenha “pras casa”, preparo o cobertor
Já virou o vento logo mais tem tempestade
Mas o que congela é a fúria da saudade
Hoje eu fiz um chamamé esperando o teu calor!
Vem pra cá guria, vem e traz na bagagem
Ponchos, mantas, pelegos, salamandras, fogões
Tem ventos campeiros derramando friagem
No asfalto e no pampa (arranha-céus e galpões!)
Levo tudo por diante, não deixo de tentar
Meio “de renguear cusco” se achega a invernada
Guria perdoa a rima encarangada
Hoje eu fiz um chamamé somente pra esquentar!
As forças do tempo vão branqueando a paisagem
Negras nuvens de frio sobrevoam rincões
Minha terra sulina exalando friagem
Incendeia namoros - insemina paixões.

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