Desde que ela morreu o cotidiano ficou vazio
O melhor lugar para recordar tornou-se o balcão
E as lembranças que lhe assombravam num arrepio
Era um mal sem cura, um problema sem solução.
Desde que ela morreu nada mais abrandou o frio
Nem a superfície do Sol, nem a lava de um vulcão
Sobre o cobertor as lágrimas desenhavam um rio
Saudade gigante arrombado o apertado coração.
Sem ela tudo dava errado, a vida não era mole
Violão que arrebenta a corda, gaita que fura o fole
Um copo secando lentamente no balcão a esperar.
E um dia ela ressurgiu misteriosamente no bar
Sentou ao lado dele e anunciou a hora de voltar
E um corpo tombou sozinho após o último gole!
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