DÉCIMAS DE UM SERAFIM!

Não clamem por mim nos dias que o amor se vai
Nem esperem alívio no proibido
(Boca sem desejo, pele sem libido)
Sentimentos que castigam num entra-e-sai.
Não queiram milagres na minha presença
Nem tentem retornar ao tempo perdido
Olhares vazios, sonho adormecido
“Despaixão” revelando a dura sentença.
Não me peçam, pro “querer bem” um escudo
Anjos não são feito o amor, não podem tudo!

Não chamem de amor o que não é completo
Nem ouçam declaração no que é gemido
(Fogo na cama, pecado permitido)
Se for pleno, pode até não ser correto!
Não busquem primavera eterna no jardim
Nem temam o que um dia foi escondido
Corpo incendiando, língua dentro do ouvido
Tal calor também se abranda, encontra o fim.
Não me peçam corações tão satisfeitos
Anjos não são feito o amor, não são perfeitos!

Não esqueçam que o amor é só loucura
É trilhar o caminho já percorrido
Prazer com amor? É um tesouro escondido
Muitos se consomem, errando à procura.
E não há querer que sempre se renove
A voz do coração explica o que é o amor
Portanto, apenas amem (do jeito que for)
Deixem o amor livre... Tudo se resolve!
Façam sua parte, não esperem por mim
Não sou mais cupido, hoje sou Serafim!

Inverno de 2007.

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