Carlinhos não devia ter mais do que cinco anos quando o indesejado aconteceu. Um homem barbudo, alto e forte (que atendia pelo nome de Clóvis) obrigou o pequeno Carlinhos a sentar numa estranha cadeira e imediatamente começou a caminhar em círculos, observando atentamente o comportamento do menino. Tomado pelo medo, Carlinhos até pensou em gritar por socorro, porém o homem barbudo foi mais rápido e amarrou um pano em sua garganta com tanta força que ele mal podia respirar. Um enorme pavor, então, tomou conta do menino. O homem barbudo, olhando fixo nos olhos de Carlinhos e sorrindo discretamente, abriu uma pequena gaveta onde o menino pode observar vários objetos pontiagudos, frascos jamais vistos e lâminas de diversos tamanhos. Foi nessa hora que Carlinhos começou a chorar silenciosamente. As lágrimas escorriam pelas bochechas e pingavam na ponta de seu queixo miúdo e esbranquiçado. Através de um enorme e retangular espelho ele conseguiu avistar seu pai, sentado lendo um jornal e parecendo não dar a mínima importância para o desespero do filho. O menino imaginou estar vivendo um pesadelo, o maior de sua vida, que se tornava ainda mais sofrido perante a omissão do próprio pai a todo aquele ritual de tortura. Alguns minutos se passaram até o pai de Carlinhos soltar o jornal e finalmente tomar uma atitude. Pagou o barbeiro pelo serviço e saiu pela rua levando o filho pela mão.
II
Alexandre estava sentado, com os óculos na ponta do nariz e o olhar fixo numa revista de turismo quando a escultural morena adentrou o recinto exalando um perfume de intensos poderes afrodisíacos. Com cabelos negros, enormes olhos verdes uma boca carnuda e sedutora a mulher bateu a porta, sentou-se na frente de Alexandre e cruzou as pernas expondo a fartura das belas e grossas coxas, que se comprimiam numa minúscula mini-saia. Alexandre engoliu em seco e começou a puxar assunto com extrema cautela. Em poucos instantes os dois já estavam falando sobre intimidades diversas, relacionamento e sexo. Após revelar vários segredos de sua vida sexual a mulher ergueu-se da cadeira e caminhou timidamente até uma pequena cama que se encontrava a poucos metros de uma janela basculante. Abaixou a mini-saia e deixou visíveis suas nádegas bem torneadas e lisas, cobertas apenas por uma pequenina calcinha preta de renda. Depois subiu na cama, feito uma pantera e pediu para Alexandre ter paciência, pois ela não fazia aquilo há muito tempo. A morena esticou seu lindo corpo, tirou a calcinha (com leve desembaraço) e abriu as pernas bem devagar, sem olhar na direção de Alexandre. Muita coisa poderia ter acontecido naquele dia, porém o homem sequer chegou a tirar sua roupa, apenas fez o que já estava acostumado. O importante para Alexandre, naquela ocasião, era ser firme e não demonstrar o súbito desejo que a bela morena lhe despertara. Afinal não ficaria bem para ele, ainda mais se tratando do ginecologista mais conceituado da capital.
Publicado em 02 de outubro de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário