IDEIAS SOLTAS

Praticamente tudo que existe no planeta em que vivemos é resultado de alguma ideia. As ideias são os embriões de tudo e são concebidas através da representação mental proveniente da imaginação. Mas vamos aprofundar um pouquinho o tema:
"Ideia, é um termo usado em duas acepções: como sinônimo de conceito ou, num sentido mais lato, como expressão que traz implícita uma presença de intencionalidade. A palavra deriva do grego idea ou eidea, cuja raiz etimológica é eidos – imagem. O seu significado, desde a origem, implica a controvérsia entre a teoria da extromissão (Platão) e a da intromissão (Aristóteles). No centro da polêmica está o conceito de representação do real (realidade). Para Platão, a ideia que fazemos de uma coisa provém do princípio geral, do mundo inteligível, que constitui a Ideia Universal, categoria que está na base da sua filosofia, o idealismo. Assim, a ideia da coisa é uma projeção do saber, ao verem a coisa, os olhos, emitindo raios de luz, projetam a imagem dessa mesma coisa, que existe em nós como princípio universal (extromissão). Esta doutrina é designada por idealismo. Para Aristóteles, a ideia da coisa provém da experiência sensível: as coisas emitem cópias de si próprias, através da luz, cópias assimiladas pelos sentidos e interpretadas pelo saber inato ou adquirido (intromissão), doutrina que funda o conceito de realismo. Estas noções estão presentes em toda a filosofia ocidental, em particular no campo da ontologia, a ciência do Ser."
Conseguiram entender alguma coisa no parágrafo anterior? Não? Muito menos eu! O que importa é que as ideias são mesmo fundamentais em nossa vida. Talvez por isso a "ideia" seja um substantivo feminino. Outro fator que está ficando cada vez mais fácil de constatar é que conforme a globalização e massificação de informações aumentam; mais importante e valiosa fica a capacidade de gerar ideias eficientes. Uma boa ideia sempre faz a diferença e tem poderes para mudar o mundo. Um planeta que se arrasta carregando crises financeiras, guerras, desmatamento, violência, saúde precária e tantas ações desumanas diariamente, está comprovado que carece de boas ideias. Além que a nossa situação já é grave, a ideia ainda perdeu o acento agudo, ficando bem mais feia e insignificante. Um legítimo atentado contra a estética da palavra, que além de castrar o acento (chamado pelas crianças recém alfabetizadas de "pauzinho") deixa dúvidas sobre seu futuro semântico e suas condições para sobreviver entre tanta pobreza de ideias e de espírito.
Ficamos Por Aqui, pois vocês não fazem ideia do trabalhão que me deu abordar esse assunto. Mas antes que alguém pergunte o motivo, vou justificar. Só decidi escrever sobre a ideia porque não tive nenhuma ideia melhor essa semana. É devo estar ficando meio mal das ideias mesmo...


Publicado em 17 de abril de 2009.

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