O CABARÉ LITERÁRIO

Apreciei tanto a definição que o Caboclo utilizou para retratar o universo dos colunistas do Meridional (Crônnicas do Cine Marabá, edição de 17/4/2009) que não consegui conter a imaginação diante deste possível bordel formado por nossos estimados colaboradores e amigos. O Meridional sempre objetivou manter um perfil editorial diretamente ligado à política, cidadania, arte e literatura (que também é arte) e hoje tem motivos de sobra para sentir grande satisfação com a popularidade no mercado e com o trabalho apresentado pelos cronistas nas páginas deste polêmico semanário, amado por uns e odiado por outros. Mas voltando ao cabaré, imaginei até o plantel de “meninas”, atendendo a freguesia local e intermunicipal (para isso já temos até um ponto próximo à rodoviária). Vai aí o que seria o cardápio para noitadas literárias. Escolha a sua preferência querido leitor:
Duda Matta – Essa é uma menina muito maluca e inquieta. Dizem que bebe muito e fuma cigarros fedorentos, mas é dócil e carinhosa. Também prefere sestiar para fora, atendendo a clientela da campanha, mas precisamente pros lados do Capão das Pombas. Na verdade foi ela que abriu as pernas... digo, as portas do nosso cabaré para toda a comunidade.
Ana Rolina – Essa é uma menina mais experiente, educada, inteligente e que usa cabelos longos (rabo de cavalo). Gordinha, ótima para os clientes que se agradam das mais “cheinhas”, gosta de um bom bate-papo, de viajar e de dançar. Moça recatada, porém a maior parte dos fregueses é composta por coiós e, pelo que comentam, há Jacu para passar uma noite com ela também.
Julia – Essa menina é o xodó da casa. Cabelos claros, olhos azuis, habilidades em música e também em culinária. Um pouco casmurra, mas muito carinhosa. Agrada bastante a freguesia, sendo sempre bastante comentada e procurada.
Bonifácia – Menina que gosta do campo, ideal para os fregueses que curtem fazer as coisas ao ar livre. Fala pouco, mas é muito inteligente e sensível. Dizem que faz um amor ecologicamente correto.

Outra rapariga muito procurada pelos clientes é aquela que o Caboclo conceitua como “china veia” e que atualmente está “se moneando”, talvez cansada de tantas orgias semânticas e poéticas. Bom, tem eu também, mas admito que não sou muito bom de cama literária. Na verdade só estou no time dessas sirigaitas mesmo porque sou a dona da bola. Posso me dar o luxo de gerenciar as meninas do cabaré (o que já é um sufoco, elas são geniooosas... vocês nem imaginam), como a cafetina-mor da pornografia verbal e do erotismo gramatical apresentados semanalmente na Terra de Mauá. Ainda é preciso lembrar as outras “moças” dos cabarés co-irmãos, que se entregam semanalmente ao duro (ai!) ofício de escrever, despindo-se diante dos leitores e muitas vezes sem receber a devida consideração de seus fregueses/leitores. Um forte e fraterno abraço a todas e vamos rodar a bolsinha...
Publicado em 24 de abril de 2009.

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