Algo que me impressiona todo dia é como os seres humanos praticam o criativo hábito de construir apelidos entre si. Cada um de nós possui muito mais nomes do que caberia na certidão de nascimento. Para exemplificar resolvi usar meus próprios apelidos diários. Afinal, a grande maioria não gosta de lembrar de seus apelidos e nem da forma como são tratados (muitas vezes até sem saberem). Se tal curiosidade acontece comigo, podem apostar que acontece com todo mundo. Vejam só algumas maneiras de tratamento que recebo constantemente. Lá vai:
Filho – minha mãe (esse é óbvio, né?),
Papai – minha filha Olga (às vezes também me chama de careca e barrigudo, coitadinha da menina, acho que está precisando de óculos);
Ôpaiê! – minha filha Ingra (outro dia me chamou de “Mané”, ela deve ter aprendido essas coisas na escola ou na TV. Nem sabe o que significa. Ao menos eu espero...);
Companheiro – Fabiano Lima (heranças do passado político)
Azia – Marília Sales (sei que não é sincero, no fundo ela é minha fã);
Vereador – Faustino (não sei se é saudosismo ou deboche, mas não me incomoda);
Bretanha – Juninho, Jorge Américo e Fábio Caroço;
Mestre – Dr. Viríssimo (já faz tempo que nos tratamos assim, nem lembro porque);
Meu filho – Amália (não, ela não é minha mãe, mas às vezes tenho a sensação que somos almas gêmeas);
Primu – Caboclo (fazer o que né? Família a gente não escolhe);
Criatura – Chichano (acho que ele usa essa expressão com todo mundo);
Idiota – Julinho Sallaberry (ele chama todo mundo assim. Eu acho...);
Petê – Titon (outra herança do passado político);
Sidíí – Sandro Campello;
Arrogante – Dr. Ronaldo (confesso que já houve reciprocidade, hoje apenas indiferença);
Vizinho – Eliana Lúcio;
Cantorrr – Cristiano Vitória (aliás, tenho visto pouco essa figura depois que se tornou um pai fresquinho... parabéns goleirão, tu merece!)
Tio – Guilherme Ganso (é um insensível mesmo, um dia o Lorenzo e o Ulisses vão me vingar);
Meu irmão – Dr. Anarolino Silveira (acreditem ou não, somos irmãos. Coiós se entendem);
Sidinelson – Saninho;
Areninha – Inácio Lima (tinha que ser coisa desse “tranca rua”);
Sidigay – Miguel Vidal (só porque chamei ele de “My Girl” uma vez. Não sabe nem brincar);
Titiêr – Setembrino (arrisquei dar umas aulas de violão para ele... Bom, nós dois falhamos, mas é um grande amigo);
Zidiênéi – Nasser;
Chefe – Kika “Ranzolin” Ribeiro;
Professor – Samuel do conselho e Dr. Vitalino (no caso do Samuel também tivemos algumas aulas de violão. E... vale dizer que o resultado foi bem melhor que com o Setembrino);
Lindo – Gisele Bündchen (tá bem, admito que forcei um pouco. Foi só para ver se os leitores estavam atentos. Mas também ela nem me conhece, né? Quem sabe...)
Tem ainda uma boa parte da minha família que me chama de “Betinho”, só não me perguntem o motivo. Acredito que esse fenômeno de apelidos deve ocorrer com todo mundo. Talvez seja o que Max Weber chama de “papéis sociais” na sociologia. Enfim, minha sugestão é que, para amenizar tantas crises de identidade e facilitar a comunicação diária, as pessoas passem a usar aqueles crachás com nome. Já acontece Por Aqui em bancos, farmácias, no Baldaratt, etc. Podíamos usar todos e sempre, que tal? Quem se habilita a começar? Eu que não...
Publicado em 22 de maio de 2009.
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Pô, nos apelidos faltou o "Duda Mendonça".
ResponderExcluirParabéns pelos escritos.
Abraço de fã!!!
Matheus
Obrigada por lembrar desta tua "Humilde Funcionária"!! Abraços de Luz, Chefe(hehehehe)
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