ENTRANDO EM CAMPO

Hoje estou voltando à ativa (não, nunca estive na “passiva” pessoal, não vão pensar bobagem), depois de um período de férias. Ser patrão de si mesmo tem lá suas vantagens. Quando “ataquei” de colunista foi apenas para minimizar as momentâneas ausências do meu primo Caboclo e do meu amigo Julinho Sallaberry. Depois acabei ficando, ficando, ficando... e quando dei por mim já não estava nem tocando violão mais, apenas me preocupando com a crônica da semana que vem. Percebi então que bancar o escritor estava me prejudicando e era hora de dar uma parada (mais ou menos a mesma coisa que fiz aos 17 anos em relação à maconha, só que nesse caso acabei não voltando nunca mais). Pode parecer apenas uma analogia bem humorada, mas creio ser bem mais do que isso. A literatura é também um vício. Um bom vício, porém assim como todos os demais deve ser apreciado com moderação. A primeira expectativa que tive, logo que surgiu a oportunidade de trabalhar no jornal Meridional, foi a que eu finalmente conseguiria construir textos em prosa. Desde pequeno sempre fui mais “manso” em versinhos e, como o Meridional passaria a ser uma função de sobrevivência, eu não teria outra alternativa a não ser aprender. Como diz o ditado: “a dor ensina a gemer”, e quando o calo aperta a gente se vira. Considerando que todos nós estamos diariamente aprendendo, posso afirmar que tenho aprendido muitas coisas nestes quase 5 anos de jornal. Como por exemplo:
1) Algumas vezes uma foto bem (ou mal) comentada é mais eficiente que muitas indicações legislativas (posso afirmar por experiência própria);
2) O meio de imprensa é muito mais “viperino” que o meio político (outra conclusão tirada após sentir na pele as “façanhas” de certos “colegas”);
3) Se o jornal for colorido ou preto e branco não altera em nada nas vendas Por Aqui, só muda o preço para o anunciante;
4) O número de pessoas que lêem um jornal é, em média, 5 vezes maior que os exemplares veiculados;
5) As pessoas, em geral, tendem a valorizar textos bobos e corriqueiros e desprezar textos de grande relevância;
Teriam muitas outras tantas deduções que não caberiam nesta coluna, apenas deixo mais uma, a qual cheguei recentemente com a ajuda de um amigo. Descobri que - quando o assunto é política - tenho uma forte tendência a escrever do mesmo jeito que me expresso oralmente (em discursos, no caso). Na verdade o amigo que me alertou para isso estava P* da vida por causa de um texto onde ele se sentiu atingido, e que, eu imaginei, fosse lhe fazer dar boas gargalhadas. Talvez tivesse algum fundo de verdade. Talvez tenha sido uma verdade cruel demais para ser escrita. Não sei ao certo e nem vem ao caso, já me desculpei (embora cada vez mais o nosso mundo esteja pré-disposto a não aceitar desculpas de ninguém). O fato é que foi uma ótima descoberta, certamente irá me auxiliar para aperfeiçoar as formas de expressão literária e também caminhar na busca de melhor explorar tal estilo (se é que pode ser chamado, assim... “característica” talvez seja um termo menos exibicionista).
Bom, já falei demais por hoje, melhor encerrar Por Aqui. Deixo meus sinceros agradecimentos ao meu enfurecido, bem-sucedido e feliz amigo (por motivar minha volta) e dedico este recomeço ao nosso colunista esportivo (que já está quase completando DOIS anos na família Meridional... é gente, eu também não sei como é que nós agüentamos ele tanto tempo... imaginem só a coitada da minha amiga Rogéria!) o famoso desportista multimídia, Otávio Luiz Falcão, que me incomodou durante todo o período de férias (“- E aí chefe, vai voltar a coluna essa semana ou ainda não???). Ok, estamos aí! Com o time em campo mais uma vez e pronto para levar canelada... mas para bater também! É claro! Até a semana que vem e podem comentar que ninguém fica brabo!
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Publicado em 04 de setembro de 2009.

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